A edificação da igreja do Senhor
Construa, evitando apelos ao orgulho
"ministro do púlpito" apresentou o orador: "Temos a honra de ter um distinto convidado. O Dr. Paulo, de Tarso, dedicará nossas novas instalações de 7,3 milhões de dólares, que é aclamada através de toda Jerusalém. É muito bom ter um irmão tão estimado conosco. O Dr. Paulo tem um doutorado em teologia da Universidade de Jerusalém, e tem pregado em algumas das nossas maiores igrejas. Também, ele fez trabalho missionário nas principais cidades da Europa. Não há ninguém maior entre nós. Queiram dar-lhe as boas-vindas com uma entusiástica salva de palmas."
Conquanto fora do caráter do Novo Testamento, isto é bastante comum, em nossa geração. Como é sutil a "soberba da vida" (1 João 2:16).
Isto não é um problema novo; apareceu no jardim do Éden, quando Satanás tentou Eva para ser "como Deus" e convenceu-a de que o fruto proibido era "desejável para dar entendimento" (Gênesis 3:5-6). Mais tarde, um desejo de glória fez com que Miriã e Arão se rebelassem contra Moisés (Números 12). Não foi o orgulho que derrubou o rei Saul? Ele não podia suportar que Davi recebesse maior louvor do que ele, e foi ladeira abaixo, depois disso. Entre os líderes judeus, muitos não confessaram Cristo "porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (João 12:42-43). O rei Herodes recebeu um rápido e amargo destino, quando superado pelo orgulho (Atos 12:20-23).
Vendo isso da perspectiva moderna, vejo, pelo menos, quatro manifestações de orgulho: Œ honrando indevidamente os homens; competindo com as denominações na construção de obras monumentais; Ž apelando para mentes carnais, citando realizações mundanas; e medindo a grandeza pelo tamanho. Considere:
Œ Dê honra a quem a honra é devida (Romanos 13:7), mas não vá muito longe. Tenho ouvido oradores elogiados e exaltados por, pelo menos, duas apresentações e aplaudidos antes e depois dos sermões. Há anos que as reuniões evangélicas anunciam o "Dr. Fulano". Os boletins de igrejas incluem a lista de auxiliares, "Dr. Sicrano" e "Dr. Beltrano". Homens de menor escolaridade são relacionados simplesmente pelos seus nomes. Certamente os homens ganham o direito profissional de ser chamados "doutor", mas com que proveito são esses títulos usados num ambiente espiritual? Será disso que Mateus 23:1-12 trata? Há honra maior do que ser um "irmão" em Cristo? Eu respeito as realizações de meus irmãos, e posso me referir a eles como "doutor" em um ambiente profissional, mas não convidarei o "Dr. Fulano" para "nos dirigir numa oração antes do sermão". Por que todos esses títulos na igreja?
Não há nada de errado com edifícios atraentes e úteis, mas estamos construindo ferramentas para o serviço a Deus ou obras espetaculares para atrair o mundo? Recentemente, uma igreja no estado onde moro dedicou um "novo campus" de 57.000 m² e um auditório com 1.500 lugares. A igreja de 1.400 membros diz que a propriedade e as instalações estão avaliadas em mais de 16 milhões de dólares. Fora os problemas que um novo e custoso edifício com lugares para somente 7% mais do que os membros atuais (eles são membros ativos, ou apenas nomes da lista, como se fala nas denominações? Eles não pretendem crescer?), há uma forte suspeita de que isso tenha sido construído como uma obra espetacular, para competir com as catedrais católicas e os templos da Igreja Universal do Reino de Deus.
Ž Um folheto de uma igreja anuncia oito convertidos: atletas, músicos, modelos, etc. Um tinha aparecido no jornal da noite e, eles relataram, 8.000.000 ligaram. Seu "maior momento de triunfo foi a glória olímpica..." (E que tal o seu batismo?). Outra, "uma verdadeira capa de revista no mundo dos modelos", é um sucesso mundial que ganhou 18.000 dólares em apenas dois meses. O folheto conta quantos discos os cantores de "rock" venderam, etc. O que tem tudo isto a ver com converter almas a Cristo?
Damos graças a Deus pelo crescimento, mas o crescimento pode dar ocasião ao orgulho, e isso não é a única medida do sucesso espiritual. Se o número de batismos é a medida, então curvemo-nos aos mórmons! Notícias de igrejas gabam-se de igrejas plantadas, de crescimento rápido, de realizar os maiores encontros da região ou de fazer as maiores obras evangelísticas do país. Sim, Atos fala de 3.000 e 5.000 almas, e como o número multiplicava, porém não na linguagem do orgulho!
Tais atitudes são carnais, apelando para o orgulho carnal dos homens. Paulo repreendeu os coríntios porque "ainda sois carnais...e andais segundo o homem"? (1 Coríntios 3:3). Ele lembrava-os de que "as armas da nossa milícia não são carnais" (2 Coríntios 10:4). Nós, também, podemos cair em tal erro se não prestarmos atenção em tais passagens como Tiago 2:1-9, que nos adverte contra este apelo à carne, ao carnal, mostrando acepção de pessoas quando cortejamos os ricos e ignoramos os pobres.
Preguemos e ensinemos até não podermos mais, mas usemos o poder de atração de um Cristo exaltado —o evangelho— e não procuremos engodar os homens através de apelos carnais (João 12:32; 1 Coríntios 2:1-5).
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