sábado, 28 de maio de 2011

1º de 5 artigos sobre o Apocalipse


Interpretando o livro do Apocalipse
Três discernimentos têm parecido soprar para longe a maioria da minha confusão de um quarto de século de duração sobre o livro do Apocalipse. A primeira envolve uma abordagem básica -- como ler o livro -- e, em particular, a relação do Apocalipse com a História.

A maioria das pessoas começam pela História. Isto ou aquilo, dizem eles, não se cumpriu. Precisamos procurar no futuro. Outros apanham retalhos da História que parecem se ajustar ao Apocalipse e voltam ao livro para relê-lo, interpretando o Apocalipse pela História. Às vezes a Escritura é torcida para se ajustar à História.

A abordagem é, por princípio, infundada. A Escritura não deve ser interpretada à luz da História ou dos jornais. Antes, a História tem que ser entendida à luz das Escrituras. Precisamos aprender a ver a História como Deus a vê. Eu, portanto, sugiro que, em vez de ficarmos como pessoas do século vinte olhando para trás para o Apocalipse através de dois mil anos de História, antes esqueçamos tudo o que sabemos da História e tomemos posição com João no primeiro século, antes dos eventos previstos, lendo o Apocalipse como se isso fosse tudo o que tínhamos e nenhum dos eventos desde então tivesse ocorrido. Precisamos ver o futuro através dos olhos de João. Precisamos entender o que ele esperava acontecer. Precisamos, então ver a História à luz das Escrituras.
Nossa primeira responsabilidade como estudantes da Bíblia e professores da Palavra é entender e então repetir o que as Escrituras dizem. O que está nas Escrituras foi dito, independente da História. Só depois que tivermos entendido o que as Escrituras dizem devemos voltar-nos para a História que, então, pode ser vista à luz das Escrituras.

Não creio que as Escrituras sejam inconsistentes com a História. Mas nossa primeira e principal tarefa como estudantes das Escrituras é entender o que Deus nelas disse; como crentes, aceitar tudo o que Deus disse sem reservas e sem importarmo-nos com a História; e, como mestres, repetir no século atual o que Deus disse no primeiro século. Não é da nossa conta fazer as Escrituras encaixar-se na História.

Mateus 24 é uma excelente ilustração deste ponto. Jesus predisse a destruição de Jerusalém e disse, "... não passará esta geração sem que tudo isto aconteça" (v. 34). Quando começamos pela História e discutimos que algumas "dessas coisas" permanecem sem cumprimento, o efeito é fazer de Jesus um falso profeta que disse que todas elas seriam cumpridas antes que aquela geração tivesse passado. Esta é a abordagem de um descrente. Como alguém que pôs sua confiança em Jesus, eu parto pelas Escrituras e concluo que, quer eu compreenda a aplicação de toda a linguagem de Jesus à História, quer não, eu sei que ela já foi cumprida, pois Jesus disse que aconteceria naquela geração, e eu creio em Jesus. Nossa primeira responsabilidade é entender, para crer e repetir o que as Escrituras dizem, e somente então fazer tudo o que pudermos com respeito à História. Um crente não pode ter um outro ponto de vista.

O livro do Apocalipse tem que ser abordado do mesmo modo. Precisamos primeiro esquecer tudo o que sabemos da História e ler o Apocalipse para ver o que João disse. Então poderemos voltar à História se pensarmos que isto tem alguma importância. Mas quero mostrar em outro artigo que o Apocalipse contém diversas referências ao tempo que definem especificamente o lugar na História onde se precisa buscar os eventos profetizados. A época e a abrangência do tempo ao qual as profecias do Apocalipse se aplicam são tão definitiva e conclusivamente fixadas pelo próprio livro como Mateus 24:34 fixa a abrangência de tempo daquela profecia.

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