sexta-feira, 27 de maio de 2011

“Podeis vós beber o cálice?”

“Podeis vós beber o cálice?”
“Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado? Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado. Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João. Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:35-45).
O relato paralelo em Mateus 20 mostra que Salomé, mãe de Tiago e João, também estava envolvida no seu pedido. Se era inicialmente sua idéia ou idéia de seus filhos, não somos informados, mas o procedimento inteiro mostra que os discípulos de Jesus não compreenderam ainda realmente a natureza de seu propósito – nem do propósito deles.
Ele não tinha vindo à terra para a glória pessoal, mas para servir às necessidades de pecadores que estavam perdidos e morrendo. Seus apóstolos não deviam ser servidos e paparicados, mas deviam entregar-se à tarefa da redenção humana.
Quando Jesus perguntou se poderiam beber do seu cálice e serem batizados com seu batismo, responderam de modo afirmativo, mas não compreenderam o que Jesus estava falando. O “cálice” e o “batismo” deste contexto são figuras do discurso. Eles já tinham sido batizados com o batismo de água a qual Jesus foi submetido. Logo compartilhariam com ele do cálice de sua ceia memorial. Mas o cálice e o batismo de Marcos 10 eram símbolos do sofrimento. Poderiam ser imersos no sofrimento como estava prestes a acontecer com Jesus? Poderiam beber o cálice temido de Marcos 14:36? Poderiam, e iriam – mas ainda não compreenderam realmente as suas palavras.
Ao ouvir o pedido de Tiago e João por considerações especiais, os outros ficaram indignados, provavelmente não porque a idéia era repulsiva a eles, mas porque Tiago e João tiveram a idéia antes deles. Havia ainda muito a aprender, mas no tempo devido, compreenderiam completamente.

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